sábado, 12 de abril de 2008

CUNHADAS... QUEM SÃO ELAS?

Valdemar Sansão (*)

“Disse mais o SENHOR DEUS: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.
(Gênesis 2:18)

O ingênuo episódio da criação de Eva é apenas uma forma imaginosa de proclamar, desde o início, a igualdade dos sexos em termos de dignidade humana, e de explicar a natural atração mútua e o íntimo relacionamento que sempre deveria haver entre o homem e a mulher.

As características anatômicas, fisiológicas e psicológicas que distinguem os homens das mulheres – e os capacitam para as respectivas funções especificas – de nenhum modo determinam desnível de nobreza entre os sexos, sob o ponto de vista de seres humanos. Entretanto, salvo nos raros casos de matriarcado, a mulher, de nenhum modo geral, sempre foi mantida em posição inferior.
Basta lembrar, como exemplo, que o movimento sufragista iniciado no fim do século XIX, e que defendia o direito ao voto para as mulheres, só conseguiu êxito completo em 1928.
Os múltiplos efeitos das duas grandes Guerras Mundiais é que deram ensejo, facilidade e incremento à ascensão da mulher em todos os setores e níveis da ordem social – a tal ponto ela hoje concorre com o homem em todos os campos.
Mas, até nas épocas passadas, em que seu status oficial era inferior, houve mulheres, mesmo de origem humilde, que souberam impor-se à admiração e ao respeito dos homens que as cercavam; mulheres que dirigiam a História, ou que nela se inseriram com tal relevo que acabaram consideradas imortais. Catarina de Médicis, Lucrécia Bórgia, Catarina da Rússia, Messalina, Carlota Corday, Sarah Bernhardt, Mata Hari, Madame Du Barry, Cleópatra, Anita Garibaldi. Marie Curie, Teresa d’Avila, Joana D’Arc, Maria Antonieta, Maria Tudor, Ana Bolena, Mary Stuart, Madame de Staël e Madre Teresa de Calcutá foram algumas delas. Várias sobressaíram por suas qualidades; outras, por seus pecados.
As boas ações se alicerçam no amor que brota naturalmente do âmago feminino, consubstanciado na própria maternidade, no acalanto e na amamentação. A mulher é a guardiã da vida, e o seu coração, quando não ferido, é o seu órgão supremo. No entanto, se profundamente magoado, provoca ações avassaladoras, como se comprova na história de algumas mulheres imortais acima citadas.

O livro bíblico de Provérbios, em seu Capítulo 31 – ao falar sobre a mulher virtuosa – diz, entre outras considerações, “que o seu valor é superior ao das pérolas. Quando nela confia o coração de seu marido, jamais lhe faltará nada. Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal,em todos os dias de sua vida.
Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente. Seu marido é considerado nas portas da cidade, quando se senta com os anciãos da terra. Abre a boca com sabedoria e amáveis instruções surgem de sua língua. Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada, e seu marido tem prazer ao elogiá-la”.
A Maçonaria, no grande momento da recepção de seus candidatos, lembra-se da Mulher, numa homenagem Justa e sincera.
Tanto que a “Ordem dos Homens Livres” não se restringe a entregar somente um par de luvas brancas ao Iniciado; entrega um outro par de luvas que são destinados àquela que mais direito tiver à estima e afeto do irmão.
Não se esquece que a Mulher, seja moça, seja idosa e encanecida, como esposa, ocupa o lugar de honra e de destaque que lhe é destinado na família, como centro de atenções e rainha do lar. É sempre quem distribui consolações, promove alentos e distribui conforto, tanto nas horas felizes da família, como nas atribulações e nos desfalecimentos na vida do Irmão Maçom. Vemo-as sempre com as mãos estendidas, corações abertos à bondade e à fraternidade, que quer nos ajudar, nos animando e sustentando nas dificuldades da escalada. Elas, as Cunhadas, sentem e compreendem a luta da vida, mais do que ninguém, empreendendo uma batalha imensa, conjunta, para que todos, especialmente nosso Irmão, galgue mais um degrau na Evolução.
Um provérbio persa diz: “Não firas a mulher nem com a pétala de uma rosa”.
A Maçonaria reforça esse ditado ainda mais: “e nunca firas a mulher com um lampejo de pensamento”. Seja ela moça ou idosa, formosa ou feia, má ou bondosa, delicada ou áspera, sabe ser sempre o segredo do Grande Arquiteto do Universo. É incansável colaboradora de Deus no seio da humanidade. À margem de todas as filosofias está a vida. E a perpetuação da vida foi confiada pelo “Ser dos Seres”, à mulher.
A Maçonaria nas suas leis, estatuiu: “Respeita a mulher, nunca abuse de sua fraqueza; defende sua honra e sua inocência”.
O nível de igualdade em que a Maçonaria coloca o homem e a mulher, destinando a cada um, um par de luvas brancas, cimenta a certeza dos nobres exemplos transportados aos seus Obreiros, cônscios das responsabilidades assumidas perante as Assembléias de Maçons que o recepcionaram.
Portanto, tal homenagem é, sob todos os aspectos, mais que procedentes.
E que os maridos saibam cultivar a pérola preciosa que Deus lhes confiou, pois com ela será muito mais fácil o desempenho da sua missão, como Maçom, de trabalhar para a construção da Sociedade Humana.


(*)
Ir.’. Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402


Consultas:
- Grande Enciclopédia Larousse Cultural;
- Internet;
- Rituais Especiais (GLESP)

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